As indicações políticas do PMDB ao Governo do Estado podem não ter
sido suficientes para amenizar o clima de indisposição de alguns
peemedebistas, já levantada na edição desta sexta-feira d’O Jornal de
Hoje. Em entrevista exclusiva, o ministro da Previdência Social,
Garibaldi Alves Filho, principal líder do partido no Rio Grande do
Norte, confirmou que as indicações dos novos gestores não foram
exclusividade do PMDB. E mais: ele não acredita que só com elas a gestão
estadual poderá mudar a situação de crise que vive após pouco mais de
dois anos de administração.
“Não acredito que seja absolutamente suficiente”, acrescentando que
foram “apenas três mudanças de setores estratégicos”, ressaltou o
ministro Garibaldi Filho, durante o evento de homenagem pelos 47 anos de
PMDB na Câmara Municipal de Natal, também nesta sexta-feira. A
declaração confirma a tese de que, apesar de Henrique, aparentemente,
ter mudado a análise crítica quanto ao governo do DEM no Estado, o
ministro se mantém mais cético a respeito do futuro da gestão estadual.
Garibaldi Filho, por sinal, afirmou que não pretende nem mesmo
interferir na gestão estadual, tampouco, fazer qualquer intervenção na
administração dos novos gestores que, em tese, teriam sido indicações
peemedebistas. Foram mesmo? As mudanças “foram feitas dentro daquele
clima de consenso” entre os partidos, explicou o ministro, dividindo a
responsabilidade pelas escolhas de Luiz Roberto Fonsenca (para a
Secretaria Estadual de Saúde Pública), Leonardo Rêgo (Meio Ambiente e
Recursos Hídricos) e Júnior Teixeira (Agricultura).
É importante lembrar que Garibaldi Filho não participou da posse dos
novos secretários, ocorrida na quinta-feira, na Escola do Governo, no
Centro Administrativo. Por sinal, nem toda a bancada do partido na
Assembleia Legislativa foi. Deputados estaduais como Walter Alves, filho
de Garibaldi, e Nelter Queiroz, que recentemente fez várias críticas a
gestão estadual e recomendou que o PMDB tivesse candidato próprio em
2014 (não querendo nem mesmo o apoio de Rosalba no futuro palanque) não
prestigiaram o evento da base aliada.
Claro que é necessário ressaltar o outro lado: o PMDB de apoio a
Rosalba. Afinal, se de um lado Garibaldi, Walter e Nelter podem ter dado
demonstrações que não estão compartilhando do sentimento pró-Rosalba,
Henrique Eduardo Alves deu sinais de que, realmente, mudou de opinião.
Se há duas semanas o deputado e presidente da Câmara Federal
classificou o governo Rosalba como isolado, centralizador e
concentrador, agora, depois de ter acompanhado a governadora em viagens à
Brasília e da reunião do Conselho Político (sem a presença da gestora),
onde foram indicados os nomes dos novos secretários, garantiu que “a
posição do PMDB é estar aqui, nesta noite dando as mãos não à
governadora”.
Além de Henrique, esteve presente ao evento, também, o deputado
estadual Hermano Morais, peemedebista que já até defendeu que o partido
tivesse candidatura própria ao Governo do Estado em 2014.
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