terça-feira, 30 de abril de 2013

A SECA DE 1887 E SUAS LENDAS




Narra-se que a maior seca de nossa história foi a de 1877, quando quase todas as pessoas abandonaram suas casas e foram para os cariris, fugindo para aqui não morrerem de fome.
Porém, duas negras que moravam ao lado da capela de Nossa Senhora dos Aflitos não acompanharam os demais; preferiram elas morrer de fome a abandonar a capela. Chamavam-se Susana e Tereza.
Todas as pessoas em retirada que passavam defronte da casa delas insistiam
para que não fizessem aquilo. Em vão, tentavam convencê-las a também abandonarem o povoado e escaparem da seca. Rejeitando todos os convites, diziam aos que partiam preferir morrer de fome a abandonar Nossa Senhora dos Aflitos.
Os retirantes, comovidos, deixavam com elas o que podiam: um pouco de farinha, de rapadura, e seguiam viagem.
O rio Piranhas apartou de tudo, restando apenas uma pequena cacimba de onde elas tiravam água para beber. Para aplacar a fome, fizeram de tudo: papa d’água e sal de raiz de mufumbo, de pereiro ou de outra qualquer que pudessem arrancar.
Um dia, nada mais encontrando para comer, saíram pelos matos à procura de algo para amenizar a fome. Encontraram um couro velho de cadeira, que foi colocado de molho durante todo o dia. À tarde, colocaram-no numa vasilha com água para ferver; depois assaram, pilaram e o comeram com a pouca farinha que ainda restava.
Viram-se obrigadas à semelhante privação pois, de outra forma, a fome logo as derrotaria. Quando nada mais havia para comer, ficaram ao redor da capela, rogando a proteção de Nossa Senhora dos Aflitos.
Aconteceu que Tereza, ao passar em frente à porta principal da capela, ouviu de seu interior uma voz dizendo: “Tereza, vá atrás da capela e fuce (cave) a terra”.
Ela, pensando ser Susana quem lhe falava, dirigiu-se à irmã para saber o que ela queria. Como Susana negava tê-la chamado, ambas compreenderam ser a voz de Deus ajudando-as a escapar da forme, e a ela obedeceram.
Foram até os fundos da capela e começaram a cavar. À medida que iam cavando, encontraram uma espécie de batata, semelhante à de pega-pinto.
Com ela aplacaram a fome, pois sua massa seca dava origem a uma farinha grossa, com a qual era possível fazer uma papa e uma espécie de beiju. Com o término da estiagem e o consequente retorno dos retirantes, estes, com surpresa, encontraram as duas negras sãs e salvas, cuja casa ficou repleta de alimentos e de tudo o mais que eles traziam.
Elas contaram todo o sofrimento por que passaram e, principalmente, a história da voz ouvida de dentro da capela, com a certeza de ter sido uma benção de Deus e de Nossa Senhoria dos Aflitos, ajudando-as a resistir até o fim. Tereza morreu em 1890 e Susana, em 1898.
Fonte: Jardim Ontem e Hoje

Meteorologia prevê mais chuvas nos próximos dias

Fonte: Robson Pires
O boletim pluviométrico da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) confirmou a incidência de chuva em todas as regiões do Rio Grande do Norte, durante o fim de semana. Entre às 7h da sexta-feira (26) às 7h do da segunda-feira (29), choveu em 70 municípios do Estado – dos quais em 15 as precipitações foram superiores a 32 milímetros. Os municípios onde que mais choveu foram: Extremoz, na Grande Natal (70,3 mm); Senador Georgino Avelino, no Leste potiguar (68,9 mm) e Nata (60,4 mm).
Segundo a Emparn, a previsão é de chuva também para os próximos dias, tanto na capital, quanto no interior do Estado. No final de semana, a região Oeste  registrou precipitações em 19 municípios, variando entre 1mm e 43,5mm; na região Central, em 13 com chuvas entre 1,3mm e 12,4 mm; no Agreste, em 22 cidades, com índices entre 10,5mm e 40mm e no Leste potiguar, em 16, com precipitações variando entre 22mm e 70,3 mm.
No Oeste, a chuva mais forte foi em Major Sales (43,5mm); na região Central, em Caiçara do Rio dos ventos (12,4mm) e no Agreste, em Jundiá (40mm). Entre a sexta-feira da semana passada e a manhã de ontem, foram  60,4 milímetros de chuva em Natal. Nas áreas mais periféricas da cidade, como aconteceu no bairro Bom Pastor, na zona Oeste, um caminhão caiu em um buraco aberto no asfalto. O acidente aconteceu na madrugada de ontem, na avenida Bom Pastor, próximo ao cruzamento com a Avenida Capitão Mor Gouveia.

Nenhum prefeito potiguar pode reclamar: Valores do Fundeb para as prefeituras foram reajustados

Os valores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) referentes à complementação da União foram reajustados.  O ajuste ocorre a cada ano, devido à apuração da receita disponibilizada pelos Estados ao Fundo no exercício anterior com a arrecadação efetiva.
Assim como em 2012, o reajuste será de apenas crédito nas contas do Fundeb, e beneficia 1.923 Municípios de dez Estados, com o montante superior a R$1,3 bilhão. CLIQUE AQUI e confira quanto cada prefeitura do Rio Grande do Norte vai receber a mais para a Educação. 
Fonte:Marcos Dantas

segunda-feira, 29 de abril de 2013

IMAGENS DO 1° FORRÓ DA LAMPARINA

A prefeitura de Jardim de Piranhas realizou o 1º Forró da lamparina dos Idosos da gestão do prefeito Elídio Queiroz. O evento aconteceu domingo, das 9h às 13h, na sede do CRAS, faz parte do trabalho da Secretaria Municipal de Trabalho, Habitação e Assistência Social (SEMTHAS) de atenção com os jovens da terceira idade.
Ao todo, a Secretaria trabalha com mais de 150 idosos, com atenção especial onde eles têm oportunidade de realizar atividades físicas, hidromassagens, participar de palestras e cursos, além de terem acesso a seviços de saúde e, claro, a muito lazer.
De acordo com a secretária Cristina Queiroz, a participação dos idosos nessas atividades é muito grande, o que prova a importância desse trabalho que não apenas motiva, mas também ressocializa esse que é uma dos grupos sociais que mais crescem no mundo todo. “O interesse deles é tão grande que dos mais de 150 inscritos, pelo menos 120 participam das reuniões semais”, disse Cristina.

















domingo, 28 de abril de 2013

População celebra com Missa sangria da Barragem de Serra Negra do Norte


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Nada mais justo do que agradecer a Deus as bênçãos das chuvas caídas em Serra Negra do Norte. E foi isso que aconteceu nas primeiras horas desta manhã de domingo (28) as margens da Barragem Dinamarca, reservatório que abastece a cidade. Uma missa celebrada pelo padre Everaldo Araújo de Lucena e assistida por dezenas de pessoas da comunidade, que em ação de graças agradeceram a Deus a sangria da barragem.
Motivos de sobra os serranegrenses tem para levantar as mãos para os céus e agradecer. A barragem secou completamente com a última estiagem, a cidade passou a ser abastecida por carros-pipas e em menos de uma semana, com as chuvas registradas o reservatório transbordou e a realidade no município mudou.
Fonte: Marcos Dantas

Chuvas enchem açudes e amenizam drama no sertão

  Fonte: Robson Pires
Sangria da barragem Dinamarca, em Serra Negra do Norte
Sangria da barragem Dinamarca, em Serra Negra do Norte
A Tribuna do Norte destaca que as chuvas que caíram nos últimos sete dias em diversos municípios do Rio Grande do Norte, principalmente na região Oeste, ainda não foram suficientes para desfazer o quadro de estiagem nos 167 municípios do Estado. Levantamento do acumulado de chuvas no site da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) mostra que em alguns municípios, embora já tenham acumulado um volume de chuvas de até 519 milímetros, como é o caso de Campo Grande, lá a avaliação continua sendo de “muito seco”, pois a média de um inverno normal está acima de 600 a 700 milímetros por ano. Mesma coisa ocorrem nos dois municípios onde mais choveu este ano: Major Sales e Martins, ambos no Oeste, com 582,6 mm e  573,.4 mm respectivamente.
Na região do Seridó, onde um volume de chuvas acima de 500 mm já pode ser considerado “normal”, o município com maior volume acumulado de chuvas em 2013 é Caicó, com 325 mm. Porém, em alguns municípios as chuvas que caíram recentemente diminuíram o clamor da população por água potável e destinada ao consumo humano, como em Serra Negra do Norte, onde choveu, até agora, 177,8 milímetros.
O prefeito de Serra Negra do Norte, Urbano Faria, disse que  os 117,2 mm de chuvas no dia 22, foram suficientes para encher a barragem da Dinamarca, que acumula seis milhões de litros cúbicos de água: “Ela começou a sangrar na madrugada deste sábado”.
Urbano Faria disse que o abastecimento de água a cargo do  SAEE “é feito 100% a partir da barragem da Dinamarca”, mas que até a quinta-feira (25) estava sendo realizado apenas por caminhão pipa. “Agora o sistema de distribuição de água do SAEE foi normalizado e suspendemos o carro pipa”, avisou.
Faria também informou que está trabalhando para que o abastecimento de água não fique na dependência, exclusivamente, da barragem Dinamarca: “Nós já tivemos uma conversa com o ministro da Integração, Fernando Bezerra, e devemos entregar em Brasília, dentro de 30 dias, um projeto para a construção de uma adutora de 37 km para captar águas do rio Piranhas”.

sábado, 27 de abril de 2013

O universo lírico do cordel é retratado em documentário

O documentário “Cordelíricas Nordestinas” será lançado hoje em Mossoró, durante a programação de abertura do projeto “Estação do Repente”, na Estação das Artes Elizeu Ventania, a partir das 20h.  Produzido pelo coletivo Caminhos Comunicação & Cultura, o documentário retrata a poesia popular, reunindo depoimentos de poetas e pesquisadores sobre os aspectos e a história do Cordel.

Com aproximadamente 50 minutos de duração, o documentário destaca a figura do poeta sertanejo e os diversos elementos que compõem a Literatura de Cordel, em uma espécie de passeio poético. Guiando essa jornada, estão o poeta mossoroense Antônio Francisco, um dos cordelistas de grande destaque no Nordeste, e o poeta Crispiniano Neto, que escreve versos há cerca de 20 anos.

 A tradição do cordel, as normas técnicas, a métrica, a poética, as xilogravuras, entre outros aspectos são evidenciados através de depoimentos de cordelistas e também de pesquisadores da cultura popular com foco no cordel nordestino.

 Para o projeto, foram entrevistados mais de 30 nomes representativos do cordel do Rio Grande do Norte e de outros estados nordestinos. Entre eles, os paraibanos Medeiros Braga, cordelista que publicou vários livros e mais de 80 títulos em cordel, e o escritor Bráulio Tavares, que além de compositor, também é cordelista e pesquisador dessa arte.

A equipe também ouviu repentistas, com destaque para o pernambucano José Edinaldo dos Santos, mais conhecido como o   Ceguinho Aboiador.

Além de Natal e Mossoró, a equipe realizou filmagens nos municípios de Parnamirim, Acari, Serra do Mel, Sítio Novo, Caraúbas, Santa Cruz e Venha-Ver.

O documentário Cordelíricas Nordestinas foi financiado com recursos do Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel do Ministério da Cultura, na edição 2010, que homenageia o poeta Patativa do Assaré.
DivulgaçãoO cordelista Antônio Francisco conduz momentos da narrativa 
O cordelista Antônio Francisco conduz momentos da narrativa
Fonte: TN

EMPARN faz previsão de mais chuvas no fim de semana

Para o final de semana as instabilidades associadas à atuação da Zona de Convergência Intertropical continuarão presentes sobre todas as regiões do Estado, trazendo pancadas de chuvas com predominância de céu parcialmente nublado. A análise é do setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN).
Já no início da semana, entre a madrugada de domingo até terça-feira, poderão ocorrer chuvas de intensidade moderada a forte ao longo da faixa litorânea leste, devido às instabilidades de origem oceânicas associadas à Zona de Convergência Intertropical. O comportamento de boas chuvas vem ocorrendo nos últimos sete dias em algumas regiões do Estado, principalmente no Oeste e no Seridó.
Fonte: Marcos Dantas

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Retratos do meu antigo Jardim







Emparn registra 1.350 milímetros na Região Oeste e prevê mais chuva

chuva oeste
O Mossoroense – A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) registrou 1.350 milímetros na Mesorregião Oeste Potiguar em 29 municípios, entre 7h de ontem e 7h de hoje.
As maiores chuvas da região e do Estado ocorreram em Taboleiro Grande (92 milímetros), Portalegre (87 mm) e Major Sales (86 mm), todos na “Tromba do Elefante”. A Emparn registrou 58 postos com chuvas em todo o Rio Grande do Norte, conforme o mais recente boletim pluviométrico da empresa, divulgado hoje.
A previsão do tempo para amanhã (26) é de pancadas de chuvas e predominância de céu parcialmente nublado em todas as regiões do Estado. Isso ocorrerá, segundo a Emparn, devido à atuação da Zona de Convergência Intertropical, que tem provocado chuvas no Nordeste nos últimos dias.
Fonte:Robson Pires

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Chuvas em Jardim de Piranhas este ano já ultrapassam os 400mm


As chuvas em Jardim de Piranhas tem vindo para não deixar que homem do campo reclame,durante  todo este ano já choveu na cidade um total de 418mm.(particular)

Somente do dia 20 ao dia 25 de abril já choveu 144mm. A chuva de ontem (24) para hoje na cidade registrou  20mm.

Esses registros foram feitos por  Bebé Germano e não aparecem nos números oficiais da EMPARN.

As previsões para os próximos dias é de mais chuvas na região nordeste.
Fontre: Alex Maia

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Retratos do meu antigo Jardim






Governadora entrega tablets para professores de Pau dos Ferros

Fonte: Robson Pires
Cerca de 400 professores de Ensino Médio que atuam nas salas de aula das escolas estaduais de Pau dos Ferros e região receberão neste sábado (27), a partir das 10h, os tablets educacionais adquiridos pelo Governo do Estado, em parceria com o Ministério da Educação. Os equipamentos serão entregues pela governadora Rosalba Ciarlini e pela secretária de Estado da Educação, professora Betania Ramlho, no auditório do IFRN, de Pau dos Ferros.
No total, mais de 4.100 tablets estão sendo entregues aos professores de Ensino Médio do Estado. A distribuição começou pela Grande Natal, passou pela região Oeste e agora se estende por todo o Estado até a primeira semana de maio. Em seguida, outros 1.700 tablets serão distribuídos para serem utilizados pelas escolas, de forma integrada às lousas interativas.
Os tablets são acompanhados por uma capa protertora e são equipados com sistema operacional android, 512 megabytes de memória RAM, 16 gigas de memória, acesso à internet através de rede wi-fi e bluetooth.
A ferramenta vai auxiliar o trabalho dos professores, tendo entre suas funções a substituição do tradicional diário de classe, em papel, além de apoiar o ensino de disciplinas e pesquisas educacionais. O investimento na aquisição dos tablets foi de R$ 2 milhões.

Equipe de karatê de nossa cidade ganha premiações na capital do estado

  Fonte: Blog de Edna
Equipe de Karatê de Jardim de Piranhas ganha sete premiações em Natal. Com o apoio da Prefeitura! Obrigado ao prefeito Elídio Queiroz por acreditar no talento dos atletas, e o atleta Éwerthon Cledson pode ser o nosso representante nas Olimpíadas em 2016. Parabéns a todos, valeu gente...
 
http://picasion.com

Secretaria de Obras de Jardim do Piranhas-RN está recuperando o famoso "Beco do Curinga"


 Em tempo: a respeito do Beco do Coringa, o vereador Nier Nicolau entrou com   um requerimento na Câmara Municipal em que solicita ao Executivo a pavimentação a paralelepípedos do supradito beco, como também a continuidade do calçamento da rua José Calixto, que liga-se a essa viela.

A ÚLTIMA CIDADELA NA NÉVOA!...

Jair Eloi de Souza (*)
O brilho da noiva da noite estava ofuscado. Chuvisco coado, tocando seco na pele, mais para o cênico de uma névoa em retirada, pois os ventos de travessia alongavam sua forma. No entanto, era o único refúgio para os que caminhavam na direção da choça campônia. Havia muita escuridão, caminhos cheios de gravetos, galhos tortuosos, coisas que produziam passos trôpegos e tateantes com breves espaços de um andar firme. O silêncio era sinistro e ao mesmo tempo amistoso, circunstância que podia garantir um vago sucesso daquela que seria, talvez, a última convenção dos que habitam os descampados do tempo. A jaguatirica fora a primeira a chegar, viagem longa, embaraçada, tivera que romper o cipoal da caatinga fechada o tempo todo. Sua comunidade tem poucos exemplares, possui pele aveludada, cor ruivo-amarelada, com manchas redondas orladas de preto. Sua alma habita os salões nobres sob a forma de pele, por isso não lhe dão sossego. Arredia e à espreita de qualquer imprevisto, indaga do chefe de cerimônia, um velho papagaio de penugem gasta, sobre o evento, de quem recebe informação que quase todos estão chegando à tenda, com exceção dos cervos, pois, na última lua do mês das cobras, um membro da comunidade havia sido trucidado nas campinas da Chã da Graúna e contaminara a espécie de banzo e melancolia. Obviamente, não se podia falar mais na presença da grande pernalta, a majestosa Garça Parda. Esta não mais habita as lagoas do sertão. Mudara-se para os alagadiços das terras maranhenses. Os patos de crista, majestosos, eram assunto de conversa de nossos ancestrais, dizendo de sua beleza quando desapareceram.

A hora avança, os personagens convidados convergem para a chegança com misto de langor e esperança. Num estalar de olhos, a conferência está repleta. Muitos já não se conheciam. Personagens dos mais longínquos rincões, como o jacu, de andar sutil, silencioso, antigo habitante dos juremás, conhecido como o “peru da caatinga”. A sururina, com seu canto triste que se fez personagem na composição “Luar do Sertão”, em verve de Catulo da Paixão Cearense. A Asa Branca, vinda de longe, habita em suas horas de reserva num sovaco de serra lá pras bandas do Seridó, não faz mais a sinfonia vesperal com seus arrulhos no velho angico, quando da cata de resíduos de milho do inverno passado. Vida reclusa, para quem já foi a fênix da resistência e do apego ao Sertão, no canto melodioso do velho Gonzaga, também se fazia presente. Os Desdentados: o vegetariano tatu-galinha, o peba glutão e anárquico, capitaneados pelo lerdo e paciente degustador de cupins, o velho Tamanduá-Bandeira, acabavam de chegar. A Acauã, com seu caráter agourento e precavido, atrasara-se pretensiosamente. É hora de trabalho, a oração inicial aos deuses dos descampados do tempo, o olhar firme de cada espécie, elegem o tema: “O sonho de viver nas mesmas terras que viveram os seus antepassados”.

Para o fim, a discussão começara pela súplica por espaço em mata. Isso traria a comida, o direito de viver e de reproduzir. O chefe do cerimonial, louro falante, tinha lá suas queixas iniciais: era costume anual, fazia com sua companheira a postura em velho cupim na grota da Serra do Cuité, no sítio São Francisco. Viagem longa, vinha das matas de Pernambuco, nunca conseguira levar seus filhotes para seu habitat natural. Véspera da volta, um velho, de nome Zé Agostinho, tirava os filhotes encanhãozados. O denunciante e companheira passavam três dias em redor do ninho, com tristeza, contemplando o vazio, e lá se iam de volta, em companhia da intensa melancolia pela perda dos seus. Em sequência, a rolinha branca dissera: minhas primas-irmãs, as versões cascavéis e roxa (caldo de feijão – no sertão) são fugitivas da pólvora, estão confinadas às ilhas ribeirinhas e grandes mangas, nos latifúndios do baixo Piranhas-Açu, e às matas do baixo Jaguaribe. Não as vejo faz tempo. Por fim, ainda, das pombas columbinas, falou o juriti: Sei que sou exigente, faço meu ninho entre os espinhos na forquilha do mandacaru, no caatingote fechado, onde externo os meus arrulhos, que sempre são alongados e tristonhos, para disfarçar o lugar em que me encontro. Não tenho a liberdade em canto na campina aberta.

Exaurindo o espaço aberto à discussão, falou um velho canção, morador das empenas da Serra do Cavalcante, no Município de Caicó, matador de cascavel de onze enrugas e sempre de forma festiva, que disse: “moro na caatinga estorricada,quase não tenho água, vivo da missão inglória de matar serpente, é meu alimento, e, no limite onde termina a vida e começa a morte, também sou caçado, os gaioleiros me perseguem; não me querem morto, só lhes sirvo vivo; portanto, está em jogo a minha liberdade. Mas ouço falar que, no templário da justiça dos homens da lei, tem um chefe ministerial que toma arma de atrevidos e, quando avisado, protege a natureza e a nós; sugiro que tenha aviso de toda nossa situação, quem sabe pode nos atender”.

A névoa mesmo em plena era dezembrina, teimava em cobrir a mata, parecia um capricho dos deuses, que, mesmo em bocejos ante a alongada conferência dos que habitam o seio da mãe natureza, estavam vigilantes com os que sonham, mesmo que esse sonho seja apenas um sonho em névoa, com ventos de travessia.

Chã da Graúna, em lua nova dezembrina/2008.

(*) Professor do Curso de Direito da UFRN

segunda-feira, 22 de abril de 2013

DEUS!... AS CHUVAS DE OUTONO NO MEU SERTÃO?

Jair Eloi de Souza*

No hemisfério norte, o outono tem início no 22 ou 23 de setembro, finda na penúltima lua dezembrina, nominam lá, de "outono boreal". No hemisfério sul, nas terras equatoriais, dá-se o nome de outono austral, permeia entre 20 de março 20 de junho, quando recepciona o inverno. Noites mais longas e temperaturas mais brandas. Geralmente as folhagens maturam, e assumem um cênico de amarelo desbotado. Também serve para os amantes soluçarem a perda de quem a tanto depositaram suas juras em cupido caliente, pois, não viveram um "verão do lobo vermelho", os queixumes e quimeras foram partilhados intensamente.
As chuvas não fizeram as águas de março correrem nos duros no meu Sertão. A magrenha e estreiteza do tempos, tinham ressonância no desespero do homem, para salvar seus teréns e haveres: a semente de gado, as cabras leiteiras, as últimas ovelhas do rebanho, que passara tantos anos para constituí-los. Isso em sí, não era só o que imaginava o sertanejo do meu Seridó. Na agudez de seus pensamentos, quando o crepúsculo se transformava na negritude do além e as trevas calavam o canto compassado e lastimoso da mãe-da-lua, havia a sinistra ideia de ficar só com as amarras e chocalhos dos seus bichinhos de estimação.
O rancho das estrelas, era aquela limpidez que reluzia um quadro de solidão e desespero. Parecia que o silêncio de Deus, era obra de uma demência precoce, extemporânea, sentença decretativa para que o homem embora rude, pobre, penitente, ajustasse as contas como se fosse o juízo final. Imaginava-se ser mesmo eras de provação. Morria o aboio reboado, A toada na condução do gado emudecera. O relincho do cavalo que tantas vezes ajudara no traquejo diário, era uma visão imaginária, que só a estação do livre penar absolveria tamanha tragédia.
Os cientistas do cosmo, dos biomas terrestres, anunciam as finas veias em cacimba, não há chuvas. A acauã reclusa e em silêncio pétreo, as seriemas dessalivadas de tanto ecoar em fila indiana, também em reproche à tamanha amargura em fome e sede, eu as ouvi em estação de banzo no maracujá da velha Altamira Araújo. Dias de tormento, daqueles que o sertanejo diz: Valhei-me nosso Senhor, Divina providência, é seu último suspiro.
Mas, o templário dos homens da ciência, pelo menos nos sertões do Seridó, foi contraditado pelos nimbos-cúmulos de Deus, Divina providência. O ribombar dos trovões como trombetas em sonoridade alarmante, anunciaram e trouxeram as chuvas milagrosas, juntaram aguadas, baita refrigério para aliviar esse inferno de Dante Alighieri, nesse mundaréu nordestino. Estou feliz, o outono está sendo generoso, ao ponto de nesta manha de domingo, poder ouvir os arrulhos de um juriti que resolvera entrar em cio e chamava seu companheiro para a tenda do cupido, bem ali no Braz do saudoso Chico de Quinca.
A lua nesta hora, em crescente navega no firmamento, com adereço de nuvens estáticas, isso é um bom sinal.
Professor de Direito e Secretário Municipal do Meio Ambiente - J. de Piranhas.

domingo, 21 de abril de 2013

Charge publicada no Novo Jornal


Meu Pé de Laranja Lima: filme candidato a best-seller



Tudo começou quando a produtora Katia Machado, tocada pela história de Zezé, resolveu adaptar “Meu Pé de Laranja Lima”. O livro de José Mauro de Vasconcelos vendeu mais de 1 milhão de exemplares no País, foi traduzido para 52 línguas e, na Coreia do Sul, chegou a ganhar uma edição em quadrinhos. De novo no Brasil, originou um filme (em 1970) e três telenovelas. Katia encomendou o roteiro a seu amigo Marcos Bernstein. Ocorreu o que poderia parecer improvável - Bernstein gostou tanto da história e do próprio roteiro (que escreveu com Melanie Dimantas) que só faltou suplicar a Katia que o deixasse dirigir. Ela topou, e fez muito bem. “Meu Pé de Laranja Lima”, que estreia nesta sexta-feira, 19, em mais de cem salas, é um belo filme e um provável candidato a best-seller.

É verdade que o livro alcançou esse número extraordinário ao longo de quase meio século, ou seja, atravessando gerações. Mas, se o boca a boca funcionar, Bernstein e Katia podem sonhar com o sucesso. Será merecido. E o importante é que o filme é bom. Bernstein tem currículo. Coescreveu, com João Emanuel Carneiro (autor de “Avenida Brasil”), o roteiro de “Central do Brasil”, de Walter Salles. Dirigiu “Do Outro Lado da Rua”, com Fernanda Montenegro e Raul Cortez. Que ninguém espere dele uma versão derramada da história do menino que foge da miséria de sua pequena vida refugiando-se no mundo da imaginação. Zezé elege a árvore do título como amiga (e confidente). A versão de 1970, de Aurélio Teixeira, carregava nos sentimentos para arrancar lágrimas. Bernstein chega a ser minimalista. Ele diz que nunca viu “O Corvo Amarelo”, clássico japonês (de Heinesuke Gosho), famoso pelo uso da cor, também sobre a infância carente, do qual seu filme parece herdeiro.

A história é regional e vira universal por sua humanidade. “Meu Pé de Laranja Lima já participou de festivais no exterior e, em toda parte, o público se interessa pelos personagens, se comove com a narrativa”, conta Bernstein. “No Festival de Roma, foi escolhido por um júri de jovens como o melhor filme infantojuvenil.” E tem mais. “A história de Zezé é um triunfo da imaginação. Para quem vive de contar histórias, como eu, seja como roteirista ou diretor, tem tudo a ver.” Era um filme cheio de desafios. Criança, árvore, não falta nem mesmo um trem como personagem decisivo na trama. “O trem, como a própria árvore, é essencial. Como se faz isso? Filmei com o mesmo sentimento com que escrevemos, Melanie e eu. Mas o filme não seria tão bom sem esse elenco maravilhoso.” Bernstein conseguiu reunir atores como José de Abreu, Fernanda Viana (do Grupo Galpão), Caco Ciocler. O grande achado foi o garoto João Guilherme Ávila, que faz Zezé.

“Ele é ótimo. Fizemos uma preparação, mas quando chegava a hora de filmar dava para ver a entrega”, diz o diretor. O garoto retribui os elogios. “Foi muito legal fazer o filme com todos esses grandes atores. Foram generosos comigo. É muito bom poder dizer que fiquei amigo do Zé, do Caco.” Zé de Abreu vem de um dos maiores sucessos de sua carreira - o Nilo da novela “Avenida Brasil”. Ele se surpreende com o alcance da novela. “Filmamos antes do estouro de Avenida Brasil. Teria sido muito mais complicado, se o filme tivesse sido feito durante, ou depois.” As filmagens foram realizadas em Cataguases, interior de Minas, onde o pioneiro Humberto Mauro iniciou, nos anos 1920 e 30, um ciclo fundamental do cinema brasileiro.
DivulgaçãoApesar da história regional, o livro publicado em 1968 se torna universal por tratar de temas comuns com humanismo 
Apesar da história regional, o livro publicado em 1968 se
 torna universal por tratar de temas comuns com humanismo
Fonte: TN

“Dia D” da vacinação contra gripe ocorreu sábado em Jardim de Piranhas em mais de 07 locais

A Secretaria Municipal de Saúde de Jardim de Piranhas realiza hoje o “Dia D”, da vacinação contra gripe causada pelo vírus influenza H1N1. A campanha nacional começou na última segunda-feira (15) e se estende até o próximo dia 26. 
picasion.com

Muitos exames médicosdeixaram de ser feitos na administração anterior

Fonte: Blog de Edna

Foram encontrados na Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Jardim de Piranhas  um enorme pacote de requisições de exames que a outra administração deixou para trás:  eram requisições para "CARDIOLOGIA, PEQUENAS CIRURGIAS, MASTOLOGISTA, PSIQUIATRIA, USG-PELVICA, ECOCARDIOGRAMA, USG-OBSTÉTRICA, REUMATOLOGISTA, CATARATA, USG-DAS VIAS URINÁRIAS, TRANSVAGINAL, COLONOSCOPIA, ORTOPEDIA, OFTALMOLOGIA, USG-ABDOMEM TOTAL, TESTE ERGOMÉTRICO, USG-TIREÓIDE" e até requisições de exames com prioridade.