terça-feira, 4 de junho de 2013

UM MISTÉRIO!... POR QUE NÃO DEIXAM ESSE RIO VESTIR-SE DO VERDE DA VIDA?

 Jair Eloi de Souza

Caprichos dos deuses bárbaros? Das feitiçarias do além mar ou dos requiéns da floresta negra no Velho Mundo? Como se bastasse existir meandrando a silhueta das margens entre as gentes e os povos da Civilização do Seridó!... A inteligência humana na sua historicidade da sobrevida, sempre fez opção pela água. O poço de Jacó matando a sede do povo cristão. O limbo do Nilo, um dos atrativos de Marco Antônio para abandonar a polis romana e cair nos braços de Cleópatra. A Mesopotâmia entre o Eufrates e o tigre, fazendo a mesa de Assírios e Caldeus. Os beduínos regozijando-se nos oásis em pleno Saara africano, são exemplos de simbologia ímpar no cenário da vida dos povos nômades e sedentários, sejam da floresta tropical ou as gentes que habitam os biomas desérticos e do semiárido.

O Piranhas é uma espécie de monge da bondade. Não tem vocação pra ser masoquista (penitente), sua vocação mesmo, é salvar as gentes de um Sertão que vive vez por outra, as estações de provação. Mas quando bate o vento do norte, após a quadra chuvosa, o encriquilhamento das ramas desaparecem e os botões azuis florais derramam a fartura nas mesas dos margeantes do seu limpo. Não exige muito dos seus usuários. Apenas que deixem os seus cílios crescerem, sua visão é de futuro, por isso que mesmo sofrendo, ele caminha em regatos ou submerso sem nem soluçar. Mas, é preciso refletir. O soluço é de quem chora, de quem sofre. Ainda é vida, sofrida, mas é vida. Mas, essa estação, está a um passo de ema, para o canto final, o canto do cisne. " La vie c´est finit". "La mort c´est melancolie".

Criemos juízo. O Rio Piranhas é uma Doce e Brava Canção dos Povos do Cinzento.

 

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