terça-feira, 11 de junho de 2013

O TEMPLO SOB LUZES E A ALEGRIA QUÃO AS BODAS DE CANAÃ!...

A voz estava rouca, o semblante parecia macerado pelo tempo da longa travessia. Vozes e olhares em crina acesa, pois a pregação em terras alhures, gerara uma certa desesperança e a estação da saudade nas terras do nunca mais, se nutrira no conforto das comunidades onde fazia sua pregação. A vida do pregador de boas novas, não é diferente daquele que pregara no deserto, tendo como alimento apenas o mel silvestre. Nem do outro que subiu o púlpito no Areópago ateniense, para falar do Deus universal diante de uma sociedade politeísta, mas que em estado de dubiedade, pois, dentre tantos deuses, ainda assim, havia uma lápide ao Deus desconhecido. Que veria ser o Deus de São Paulo, o nosso Deus onipotente, onisciente e onipresente. 

O pregador é um iluminado. Pois seu papel é de um pastor, cuja missão só tem nobreza se todos os cordeiros retornarem para dormir. Nada vale a mansidão e dormência do rebanho em aprisco, se um ou dois cordeirinhos ficaram presos no rochedo a mercê da matilha de cães vorazes ou de lobos uivantes. O sofrimento dos indefesos cordeiros perdidos, tem mais simbologia do livre penar para o pastor, do que o cênico do acordar são de todo o rebanho. A dor embora particularizada em um ou dois membros da comunidade, tem devastação coletiva, e aquele rebanho nunca terá de volta a paz nos campos abertos, pois, seu pastor também ficará doente, e vai padecer na estação da melancolia para sempre.

Delfino como pessoa e como padre tem amor telúrico. A vida para ele é uma saga. O seu começo sempre foi a cumplicidade com as gentes de sua província sertaneja. Custa-lhe caro a matina em terras nunca dantes navegadas. Não é que lhe falte a resina do bom pastor, mas lhe sobra o laço do bem-querer com os povos que lhe vira nascer para a vida e para a missão sacerdotal.

A você Delfino, nossas melhores intenções para uma longa e profícua pregação ao seu lado.

Fonte: Jair Eloi de Souza

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