domingo, 6 de outubro de 2013

Mudanças no xadrez

Troca-troca de partidos altera um terço do tabuleiro político na Assembleia Legislativa e também mexe com o cenário na Câmara Municipal de Natal

DO NOVO JORNAL
Os times estão montados. Daqui para frente não tem mais como mexer. Apesar da distância, o pleito de 2014 está batendo à porta dos políticos e a formação de chapas já começou, nos bastidores. O prazo para a filiação de quem quer ser candidato em outubro do ano que vem acabou ontem. E com a aparição de dois novos partidos no país, a última semana foi registrada por uma série de movimentações que mudou a balança das forças políticas no Rio Grande do Norte, especialmente na Assembleia Legislativa (AL-RN) e na Câmara Municipal de Natal (CMN). Apenas no legislativo estadual, oito deputados mudaram de partido em menos de um mês.
Foto: Argemiro Lima/NJ.
Argemiro Lima/NJ
Chegada do Pros e da Solaridariedade mexeu peças na AL
A grande atração do processo foi o Partido Republicano da Ordem Social (Pros). Capitaneado pelo deputado estadual e presidente da AL-RN Ricardo Motta, ex-PMN, o partido tem agora a presidência da casa legislativa estadual e a de Natal. E já estreia empatando numericamente com o PMDB, cada qual com cinco deputados.

“Queremos conversar sobre a disputa majoritária. O Pros nasceu grande no RN. Um partido para que terá vez e voz”, sentenciou Ricardo Motta.

A aparição do partido como uma das grandes forças no tabuleiro das próximas disputas eleitorais se deu exatamente por conta de uma manobra de bastidores que envolve o Partido Progressista (PP).

O deputado federal Betinho Rosado deixou o Democratas e anunciou a entrada no PP, com a destituição do vereador de Natal Rafael Motta, que é filho do presidente da Assembleia Legislativa, da presidência local do partido.

O episódio deixou Ricardo Motta indignado. “Não esperava essa manobra. Fiquei decepcionado. O futuro dirá quem tinha razão, quem agiu certo e quem não agiu certo”, disse o deputado.

Com o grupo excluído do partido para o qual pretendia migrar, surge o Pros, aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 24 de setembro.

E também cria um clima de animosidade entre o presidente do legislativo e o poder executivo estadual, já que o Motta e os quatro deputados que ele levou consigo para a nova legenda – Gilson Moura, Vivaldo Costa, Gustavo Carvalho e Raimundo Fernandes – se posicionarão de forma “independente” ao governo do estado. “Com certeza não faremos oposição ao desenvolvimento e à estabilidade do estado”, disse o presidente da AL-RN.

A ida dos cinco parlamentares para o Pros também esvaziou o PMN, que fazia parte da base de apoio ao executivo. Agora resta apenas Antônio Jácome como representante da legenda no parlamento potiguar. Na mesma medida o Partido da República também é esvaziado com a transformação de Vivaldo Costa em um “republicano da ordem social”. Para o partido comandado pelo deputado federal João Maia, que já teve três deputados nesta legislatura, resta George Soares (PR).

O Pros também esvazia por completo o PV. O que não foi difícil, já que a legenda verde contava apenas com Gilson Moura na casa.

Além de pleitear o lugar ao Sol da chapa majoritária a ser formada pela oposição estadual na disputa pelo Governo do Estado, os planos do Pros são de chegar em 2014 com mais de 20 prefeitos e 100 vereadores filiados. E ainda renovar os cinco mandatos na Assembleia Legislativa, com a perspectiva de aumentar a bancada e chegar até Brasília. “Temos nomes como Albert Dickson e Ivan Júnior, prefeito de Assu, que chegaram para disputar com grandes chances. E ainda queremos lançar um nome para a Câmara dos Deputados”, aponta Motta, sem confirmar que o nome seja o de seu filho, Rafael Motta.

Ricardo ainda esperava ter conduzido mais um nome para o Pros. A tentativa foi frustrada – parcialmente. O “sem-partido” Kelps Lima escolheu ir para o Solidariedade, fundado pelo deputado federal Paulinho da Força. Foi o próprio parlamentar que fez o convite direto ao potiguar.



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