domingo, 6 de outubro de 2013

Marina trata Campos como candidato, mas não confirma se será vice do PSB

Presidente do partido e governador de Pernambuco evitou oficializar a candidatura ao Palácio do Planalto.


Marina Silva se une a Eduardo Campos para criar terceira via na disputa pelo Palácio do Planalto.
Em uma decisão que surpreendeu até experientes analistas políticos, a ex-senadora Marina Silva se filiou ao Partido Socialismo Brasileiro (PSB) ontem (5), último dia possível para concorrer nas eleições de 2014. Durante o anúncio da filiação, no entanto, Marina não deixou claro se será candidata a vice-presidente na chapa encabeçada pelo presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Questionado se a entrada de Marina Silva no PSB aumenta as chances do partido chegar ao segundo turno na disputa presidencial de 2014, Campos foi direto - "Acho que ninguém tem dúvida disso" - , mas evitou confirmar que já concorre ao Planalto. O governador, por sua vez, disse que a ex-senadora conseguiu expressiva votação no último pleito "porque instigou o bom debate; o Brasil real para dentro do Brasil oficial”.
Marina, no entanto, tratou o governador o tempo todo já como candidato. "O PSB já tem um candidato, que está posto. Porque não apresentar o nosso programa a esse candidato?", questionou ao explicar a "filiação simbólica" ao PSB como um gesto "programático, e não pragmático".
Lideranças partidárias se posicionaram de maneira diversa sobre a novidade no cenário político nacional. Provável concorrente de Campos, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, classificou a filiação de Marina ao PSB como "uma conquista do Brasil democrático".
Já para o presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire, a decisão foi um "equívoco". Como Campos e Marina são nomes fortes na disputa eleitoral, a união dos dois acaba enfraquecendo a oposição ao governo petista, avalia o PPS. Freire tentou até o último instante atrair a ex-senadora para a legenda.
Plano C
Marina disse que sempre evitou responder às perguntas sobre um possível plano B, caso o TSE negasse a criação da Rede, como acabou ocorrendo. A ex-ministra do Meio Ambiente disse, no entanto, que ninguém nunca lhe perguntou de um eventual plano C, que ela acabou escolhendo.
"Eu só tinha a ideia, a letra. Aí, eu pensei: o plano C é o Eduardo Campos. O plano C é o PSB". Marina agradeceu aos novos companheiros de partido, "por neste momento estarem possibilitando a chancela política e institucional que a Justiça Eleitoral não nos cedeu".
Ela justificou a aliança entre Rede e PSB com muitos elogios à sigla de Eduardo Campos. "Primeiro, é um partido histórico, com bandeiras históricas. No dia da criação da Rede Sustentabilidade, nos mandou uma carta de reconhecimento assinada pelo seu presidente. Talvez, já antecipando este momento que só Deus sabia", afirmou.
A ex-senadora continuou: "Em muitas frentes de batalha, nós estamos juntos historicamente. Com as nossas diferenças, não as negamos. E, obviamente, se esse partido tem um programa, uma identidade e até tem um candidato, ele me possibilita não fazer o esperado".
Nem candidata virtual nem Madre Tereza
Segundo a ex-seringueira, com a negação do TSE de criar o partido Rede Sustentabilidade, o esperado seria que ela se transformasse na "candidata da internet". "Todo mundo ia curtir e um bando de gente ia me cutucar, mas isso não ia mudar absolutamente nada da história", explicou.
Outra hipótese levantada por Marina seria se transformar na "Madre Tereza de Calcutá da política", abrindo mão de qualquer candidatura e cultivando a imagem intacta. "Se eu fizer isso, estou fazendo o previsível, o que é mais fácil. Não é esse o caminho.

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