domingo, 28 de julho de 2013

A RAPINA QUE ABRE CHAGAS NA SOCIEDADE BRASILEIRA




A CORRUPÇÃO ABOCANHA OITENTA BILHÕES DE REAIS POR ANO NO BRASIL!...

Sonhava ainda infante, com o Brasil, a minha Pátria, como o País do futuro. Recitei em vários “7 de setembro”, poesias, versos, autos e cantos do meu Sertão. O meu mundo escolar era o VELHO PADRE JOÃO MARIA. A nobreza pedagógica ficava a cargo das Excelências morais: Salete Cruz, Dona Dáda, Branquinha, Dorila e Maria Luíza. Gastei minha adolescência, ora na luz produzido pelo inesquecível motor a diesel da Prefeitura, ora na penumbra da lamparina a querosene jacaré. O cenário: uma velha tapera de barro, em forquilhas e caibros de pereiro da caatinga. As madrugadas, às vezes, eram manhãs de setembro para as minhas leituras. A minha fé, era construir a mim, e o futuro do meu País. Uma Pátria da decência, mais justa, menos miserável para as gerações sucedâneas a minha.

Dormi a exemplo de tantos outros, em porão fétido, convivendo com ratos, baratas, na honrada e politizada “Casa do Estudante” em Natal. Invoco o testemunho dos mais taludos: Galbê Maia, Nier, Paulo Celestino, João Maia, Otoni Cavalcanti (Nego de Bororó), meus contemporâneas e da mesma saga. Disputei eleição com Deputado, candidato do Reitor, venci. Presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) ao lado do meu velho amigo Oberdã Damásio, na cidadela do único palco da democracia, a minha futura Casa de Cátedra por mais de três décadas, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mas confesso a minha terra, ao meu Estado, a minha Pátria, o Brasil. Eram tempos de chumbo grosso, ásperos tempos, Ditadura espartana. Ví, pelos jornais, Emanoel Bezerra ser fuzilado, um menino ainda. Eu botava fé que estava construindo a Nação dos meus sonhos.

Nada fiz pro meu País. Tirei roçoi, inda agora, Jornal nacional. Informação de agências especializadas, que a trupe de colarinho branco, abocanha a “insignificante” cifra de R$ 80.000.000.000,00 (oitenta bilhões de reais), por ano, cuja tenda deletéria é a corrupção. Os favos de mel: combate a fome, bolsa escola (crianças padecendo sem merenda escolar, sem tempo integral nas atividades da aprendizagem e maus políticos acabalando votos). Parâmetros vergonhosos e piores desempenhos: A educação, com a expedição de canudos não meritórios (trinta e seis milhões de jovens sem aptidão e parte ruminando diuturnamente na dependência das drogas). Esses não tomam mais a bênção aos seus pais, os saberes humanistas habitam em cacimbas de finas veias no fundão da grota da ignorância. A segurança ou insegurança, nos limites de franquiar ao cidadão, apenas um olhar raposado, sutil, pra rua, por trás das grades que comprara para adereçar sua casa, a sua prisão domiciliar em verdade. A saúde, um cênico de moscas pousando sobre corpos enfermos, nos corredores de logradouros que chamam de hospitais ou casas de saúde.

Esse não era o País que sonhei quando criança. Que pena, a Utopia de Thomas Morus, está mais distante.

Fonte:
Jair Eloi de Souza

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